Este blog, criado em janeiro de 2007, é dedicado à minha filha Flavia e sua luta pela vida. Flavia vive em coma vigil desde que, em 06 de janeiro de 1998, aos 10 anos de idade, teve seus cabelos sugados pelo sistema de sucção da piscina do prédio onde morávamos em Moema - São Paulo. O objetivo deste blog é alertar para o perigo existente nos ralos de piscinas e ser um meio de luta constante e incansável por uma Lei Federal a fim de tornar mais seguras as piscinas do Brasil.

Acidentes por sucção dos ralos de piscinas, acontecem por negligência do local

- 22 de julho de 2017
Rachel e Cynthia, mãe e filha, em um momento feliz

"Se soubesse o que aconteceria, jamais eu a deixaria entrar na piscina. Fui levar minha filha para se divertir e a vi morrer".
(Cynthia, mãe de Rachel, morta no domingo dia 16/07, ao ter os cabelos sugados na piscina do hotel

Tenho visto nos noticiários sobre acidentes por sucção dos ralos de piscinas que os locais, numa tentativa se furtar às suas responsabilidades, acabam, de uma forma até cruel, responsabilizando os pais pelo acidente ocorrido, alegando esses locais que os pais não teriam exercido a necessária vigilância para com seus filhos. Ora, os pais não têm como saber se as piscinas onde seus filhos nadam estão ou não funcionando dentro ou fora dos padrões de segurança. E apesar deste tipo de acidente ser mais comum do que se pensa, muitos ainda não conhecem esse risco.

"Para o advogado do estabelecimento, Luiz Eduardo Righetto, o caso foi uma fatalidade. "O hotel está dentro das regras, se solidariza com os familiares da vítima, lamenta o ocorrido, mas não houve negligência. Estamos dentro das normas, por isso não é possível nos atribuir responsabilidade", disse."

O advogado do estabelecimento obviamente está equivocado. Como estão dentro das normas se o ralo estava sem a tampa antiaprisionamento?! Não sabiam? Pois procurem e informar. Proprietários e administradores de piscinas têm por obrigação conhecer e usar as normas de segurança em suas piscinas. Em assim não sendo não há que se falar em responsabilidade dos pais e esses locais terão sim que ser responsabilizados por esses acidentes.

A matéria completa pode ser lida neste link do G1

O fato é que, em se tratando de segurança nas piscinas, existe negligência não só dos locais onde as piscinas estão instaladas, como dos políticos que engavetam projetos de Lei que se aprovadas e colocas em vigor, salvariam muitas vidas. É o caso do Projeto de Lei desde 2014 está engavetado no Senado em Brasília.

O que me dá esperança é que a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas está prestes a terminar os trabalhos de revisão e atualização de suas normas. no que se refere a segurança nas piscinas. E aí bastaria uma simples folha de papel escrita por um político de boa vontade que dissesse: "As piscinas do Brasil, deverão seguir rigorosamente as normas de segurança mencionadas na NBR 10.339 da ABNT".

Direcionar a segurança das piscinas para as normas da ABNT - NBR 10.339, seria o mais correto e simples a fazer.


Piscinas podem ser armadilhas submersas

- 20 de julho de 2017

Rachel Rodrigues Novaes, 7 anos,
a vítima mais recente da sucção dos ralos de piscinas

Esta semana a mídia voltou a mencionar a falta de segurança nas piscinas por causa do afogamento e morte da menina Rachel Rodrigues Novaes, 7 anos, na piscina de um Hotel de um Balneário em Camboriú, Santa Catarina, no domingo dia 16 de Julho. Rachel foi a vítima mais recente da sucção dos ralos de piscinas que há anos, vem causando tragédias, vitimando principalmente crianças. As meninas, são sugadas quase sempre pelos cabelos, os meninos por qualquer parte do corpo. Há até evisceração (sucção dos intestinos) A maioria desses acidentes são fatais.

Há quem, cruelmente,  ainda ouse falar em culpa dos pais, alegando falta de vigilância aos filhos. Detalhe, a piscina infantil, onde Rachel se afogou tinha 60 cm de profundidade. (!) CULPADOS, sim, mas não os pais, e sim os proprietários e administradores de piscinas assim como as autoridades que têm feito "vistas grossas" para as tragédias envolvendo principalmente crianças, que sugadas pela extraordinária sucção dos ralos de piscinas, se afogam e morrem, ou como no caso de minha filha Flavia, passam a viver em coma pelo resto da vida. Sugada pelos cabelos na piscina do condomínio onde morávamos aqui em São Paulo, Flavia vive em coma há  mais de 19 anos.

Desde 2007 quando resolvi criar este blog,  usando a tragédia de minha filha,  tento sensibilizar as autoridades para a necessidade de uma Lei Federal para Segurança nas Piscinas. Além de viagens, fiz inúmeros telefonemas para Brasília, sem nunca ter recebido mais do que promessas vazias.

Em 2014, quando somente no mês de janeiro daquele ano, três crianças foram vítimas do mesmo tipo de acidente que matou Rachel e deixou Flavia em coma, o Programa Fantástico da TV Globo entrevistou algumas mães de vítimas, eu entre elas, além do deputado Darcisio Perondi que prometeu à Repórter Sonia Bridi que até Março de 2014 a Lei Federal de Segurança nas Piscinas seria aprovada e passaria a vigorar em todo o Brasil. Infelizmente, , foi mais uma promessa  que nunca se cumpriu.

Mas há uma luz no fim do túnel.  A boa notícia é que a ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas, que tinha suas normas para segurança nas piscinas  desatualizadas em pelo menos 30 anos (sim, 30 anos), vem fazendo um trabalho de atualização  dessas normas, mencionando todos os dispositivos  anti aprisionamento que se instalados em uma piscina,  vão evitar a sucção dos ralos assim como cercas de segurança e portões auto travantes vão evitar a queda e consequente afogamento de crianças pequenas.

Lamentavelmente, em nosso país tudo funciona de forma muito lenta e com muita burocracia. Reuniões, discussões e necessidade de consenso são necessários até que se possa disponibilizar no site da ABNT, as normas de segurança das piscinas atualizadas. Enquanto isso não acontece, as piscinas continuam a ser sim,  armadilhas submersas onde o lazer das crianças vira tragédia afetando famílias que passam a viver enlutadas.

Tornar uma piscina segura não é algo que custe caro, pelo contrário. São dispositivos, a um custo bastante acessível,  simples e de fácil instalação. (Não precisa quebrar nada na piscina)  No Brasil, onde temos ao redor de 2 milhões de piscinas, apenas algo em torno 70 mil  podem ser consideradas seguras, porque têm os dispositivos de segurança instalados, mesmo sem a obrigatoriedade  imposta por uma Lei. Se mais proprietários e administradores de piscinas tivessem essa atitude, certamente, não veríamos esses devastadores acidentes nas piscinas do Brasil. Falta Lei, falta conscientização, falta atitude!







Sucção do ralo da piscina causa morte de menina de sete anos em Santa Catarina

- 17 de julho de 2017


Uma menina de sete anos, morreu neste domingo dia 16/07, quando ficou presa pelos cabelos aos sistema de sucção do ralo da piscina de um hotel em Camboriú, Santa Catarina.

"A Polícia Civil investiga a morte de uma menina de sete anos na piscina de um hotel em Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense, no domingo (16). O cabelo de Rachel Rodrigues Novaes Soares ficou preso no ralo. O local não possuía sistema de segurança para desativar a sucção...

......

O afogamento aconteceu na piscina infantil de 60 centímetros de profundidade.
O cabelo da menina ficou preso na entrada de aspiração do filtro da piscina, que fica na área de lazer do Sanfelice Hotel, no Centro da cidade.

Rachel estava na cidade com a mãe. A família, de Guarujá (SP), passaria férias na cidade catarinense.

.....Segundo a Polícia Civil, o responsável pelo hotel pode responder por homicídio culposo, pois não havia o sistema de sucção previsto em lei.

.......
Testemunhas contaram aos bombeiros que a menina ficou debaixo d'água por cerca de seis minutos, do momento em que o cabelo ficou preso até a chegada de outros hóspedes que conseguiram resgatá-la.
Um guarda vidas civil que passava pelo local tentou fazer a reanimação, mas Rachel teve parada cardiorespiratória e não resistiu....."

Leia o texto completo neste link do G1

Se a piscina onde Rachel se afogou e morreu tivesse o sistema anti aprisionamento  instalado, certamente ela não teria sofrido esse acidente que lhe custou a vida. E por favor, não culpem os pais. Quem não deixaria uma criança de sete anos nadar em um piscina de apenas 60 centímetros de profundidade?!

É tão triste ver que crianças continuam morrendo por falta de segurança nas piscinas do Brasil, sem que esse assunto seja levado a sério. Promessas são feitas, o tempo passa e as tragédias se repetem. Até quando senhores?!


Related Posts with Thumbnails